Por: Daniel Gardner
Nunca se viu tantos livros publicados sobre o namoro. E ainda assim, o sexo fora do casamento persiste como sendo um dos grandes causadores de confusão, frustração e isolamento nos namoros entre cristãos.
Alguns fatores complicam a questão. Para muitos, a vontade sexual em si é tida como algo imundo, dando a impressão que o ideal é buscar um relacionamento platônico, fingindo que não há desejos sexuais ou que estes podem ser facilmente afogados com um minuto de oração ou leitura devocional.
Há também exageros dentro da igreja, tanto no excesso de silêncio ou de condenação. Mas o resultado é o mesmo: medrosos, os namorados não se abrem para com seu pastor ou irmãos mais maduros. E assim cresce aquele doloroso conflito nos seus corações: "Sei que não consigo vencer essa tentação sozinho, mas serei apedrejado se eu abrir a boca." E o namoro prossegue, sobrecarregado com sentimentos de culpa e falsidade.
Claro, o culpado da história não são os desejos em si, e sim a expressão inadequada daqueles desejos.
Um princípio que talvez seja de ajuda aos nossos jovens é o seguinte: foi Deus quem inventou a progressão natural da intimidade, e não Satanás. Ou seja, como o gráfico ilustra, é normal o desejo de intimidade aumentar de acordo com o tempo e aproximação investidos.
E, da mesma forma, e aqui está a chave da questão, é absolutamente ANORMAL que a intimidade se diminua enquanto a aproximação e o tempo estiverem crescentes.
Sendo assim, reconheçamos então que há somente três maneiras para evitar que a intimidade inadequada venha sobrecarregar o casal:
Ou se encerra a aproximação;
Ou se encerra o tempo;
Ou se procure o casamento, aonde a aproximação e tempo podem ser satisfatoriamente investidos.
Claro, nenhum casal optará pelas primeiras duas opções. E, assim, a única opção lógica, bíblica e segura é a 3ª.
O que acontece é que se tem inventado uma 4ª opção, a qual sugere que um casal de namorados poderá estender a aproximação do namoro e ao mesmo tempo negar todo e qualquer sinal de intimidade emocional, física ou sexual, se estiverem 'dedicados suficientemente ao Senhor'. Como se fosse possível - graças a uma boa dose de santidade! - alimentar um fogo sem aumentar seu calor.
A ideia é absurda mas tem gerado crises espirituais em muitos jovens que, almejando a pureza, buscam ser "super cristãos" o suficiente para aniquilarem a matemática relacional que o próprio Deus formulou. Imagine tamanha nuvem de decepção que pesa sobre suas cabeças.
A solução? Abra o jogo e ofereça expectativas reais. Um "namoro de Deus" é justamente aquele que reconhece que namoro não é o ideal que Deus projetou. Namoro sempre deixará a desejar. Por mais romântico e colorido que seja, é péssimo a longo prazo. Não se encante com ele.
Deseja curtir uma boa companhia por anos a fio? Isso se chama casamento.
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